Rubricas de mãe
Queríamos dar esta oportunidade a mamãs escritoras, que têm tantas coisas para dizer... dizer o que lhes vai na alma.
Agradecemos à nossa querida Joana Rodrigues, que nos enviou esta carta emocionante mas que traz de tudo: recordação, sinceridade e uma pitada de saudade para dar mais amor.
"Quando decidimos que íamos ser pais foi tudo muito rápido. Esperei e ansiei pelo meu filho mais do que tudo na vida. Primeiro os longos meses. Depois os dias. As horas. Os minutos.
Quando chegou o dia de o conhecer eu estava calma e avisei o papá que tinha chegado a hora. Com tranquilidade preparei tudo e seguimos para o hospital. Eu e o pai unidos como nunca. A medo, mas prontos e ansiosos para o receber. Revejo os passos todos, em câmara lenta. Fechei os olhos. Fiz força, tanta força. Pensava nele. Pensava em tudo o que queria fazer quando o visse pela primeira vez. Só queria que corresse tudo bem, que a minha primeira missão fosse cumprida. Trazê-lo ao mundo. Nunca mais ia ser tão meu, pensava. Ia ser do mundo onde o ia colocar naquele dia.
Quase 40 semanas a imaginar aquele dia, a sonhar com o seu rosto e foi tudo tão diferente, tão espontâneo, tão difícil ao mesmo tempo. O pai estava ali. De pé. A sorrir. Tentei repetir várias vezes para que entrasse em mim. Eu era mais Mãe. Ele era mais Pai. E ele o nosso Filho! E eu tinha tantas dores. Tanto cansaço e só queria sentir-me melhor para viver aquele momento. Pensava naqueles textos de mães que dizem que o momento é perfeito. E sentia culpa. Porque não era o momento perfeito. Cansaço. Dores. Só queria sentir-me bem para ele. E nesse momento quis voltar atrás, quis esperar mais. Esperar para estar pronta.
Chorei muitas vezes nos dias seguintes. Fui para casa. A nossa casa. E era tudo tão estranho. Era amor, tanto amor. Mas amor que faz doer. Um amor para o qual eu não estava preparada. Amor é felicidade mas este amor é outro amor. É um amor que dói. Que nos faz pensar o mundo inteiro de uma só vez. Nunca pensei que seria possível querer mais a alguém do que tudo o que conhecia até ao momento. E foi amor e dor e medo e culpa e cansaço e confusão.
Todos os dias foram melhores! É essa a parte mágica de sermos pais. Os dias passam e sentimos cada vez mais amor. Mais felicidade. O parto vai-se desvanecendo. Aparecem só as coisas boas. Os momentos bons. O amor avassalador.
A nossa vida de repente fica ofuscada. Ele baralha os dias, rouba o tempo, a nossa vida decorre por ele. E não queremos nunca mais que seja de outra forma.
A maior das aventuras da vida é esta. Só pode ser esta. Aprendo com ele mais do que numa vida inteira que ficou para trás. Sou Mãe.
Esse tem sido o meu desafio desde o dia que escolhi ser mãe, pois sabia que essa escolha mudaria o meu percurso de vida. Eu não ia viver mais para mim, e sim, para ele, e se eu não tivesse discernimento dos tempos, certamente seria alguém frustrada, mas eu entendo que hoje, o meu tempo, a minha vida, os meus projetos, são eles : a minha família.
Esta sim, é a maternidade na realidade, sem purpurinas, sem filtros mas com amor, renúncias, apego, suor, sorrisos, dedicação e trabalho. Para mim a maternidade não é linda. Lindo é o amor que nasce junto com ela e toda a parceria que é conquistada.
Olho para as fotos da sessão de recém nascido e parece que foi há uma eternidade e ao mesmo tempo parece que foi ontem. Frágil, tão pequeno e inofensivo com sete dias de vida.
Para mim era importante eternizar esse momento. A minha caixinha de memórias onde posso trazer à tona todas as emoções vividas naquele momento tão especial e que com a intensidade que vivemos a maternidade parece que nos ofusca a memória.
Tudo na nossa vida é baseado na memória. Quem conhecemos, o que sentíamos ou vivíamos. Quero um dia com esta sessão contar histórias ao meu filho.
Porque a fotografia é isso mesmo, a história escrita através de imagens.
E quem melhor para criar essas memórias que o Hallo Studio. Já seguia os trabalhos e estava ciente que era ali que queria eternizar o momento.
Além de conhecerem a anatomia e fisiologia do recém-nascido e saberem criar um ambiente favorável para que a sessão aconteça de forma tranquila, dominam as técnicas de relaxamento do bebé e como orientar os pais, além de compreenderem da linguagem fotográfica para valorizar a fotografia.
Eu sentia-me um "caco" quando entrei naquela porta do estúdio. Com as emoções à flor da pele e o coração apertado, receosa do meu menino, ali, tão frágil e pequeno. E eu ainda a digerir as emoções do parto...
Lembro-me que nem conseguia sentar-me e estar relaxada no sofá e que estava sob uma panóplia de emoções que me levavam a chorar constantemente.
Vocês acolheram-me com o vosso carinho. Falamos de como me sentia, de todo o processo do parto e quando sentiram que eu estava mais confortável e segura , transformaram aquela sessão numa magia única.
Uma calma que não me era transmitida à muito e sobretudo, com muito amor!
Não há palavras que descrevam o amor com que fazem o vosso trabalho. O amor que dedicam a cada pormenor. O amor que conseguem transmitir e transborda no estúdio.
A vocês eu sou grata!! Grata por um dia poder partilhar as memórias com o meu filho e explicar-lhe que o sucesso só é conseguido na vida e no trabalho com dedicação e amor.
Se nos dedicarmos com corpo e alma àquilo que fazemos, desfrutaremos das recompensas que tanto desejamos.
Vocês são a prova disso! "
Um beijinho da mamã Joana ♡
Nota: Se gostavam de ter um espaçinho por aqui, enviem-nos o vosso texto para geral@hallostudio.pt